Em 22 de agosto de 2023, Gerdt Guenther Hatschbach faria 100 anos. Esse ilustre pesquisador brasileiro foi professor e botânico, e fundador do Museu Botânico de Curitiba, em 1965. Dedicou grande parte da sua vida à pesquisa científica, foi responsável pela organização de vários acervos, dentre os quais o entomológico com mais de 5 mil espécies com Coleópteros, muitos até então não classificados cientificamente. Seu acervo botânico particular foi iniciado em 1942 com a coleta de Calyptocarpus biaristatus, atualmente Calyptocarpus brasiliensis (Nees; Mart.) B. Turner, família Asteraceae.
É produto de sua contribuição a coleta dos únicos exemplares vegetais registrados que existiam em Sete Quedas, cidade de Guaíra, noroeste paranaense, hoje região inundada pelo lago da represa hidrelétrica de Itaipu. Vale ressaltar que em torno de 200 espécies vegetais descobertas ou descritas por ele levam seu nome, como homenagem dos pesquisadores e botânicos ao redor do mundo, podendo-se citar Myrcia hatschbachi D. Legrand, Mimosa hatschbachii Barneby, Serjania hatschbachii Ferrucci, Noticastrum hatschbachii Zardini, entre tantas outras.
Gerdt fez a doação de todo seu acervo para o Instituto de História Natural de Curitiba, agora Museu de História Natural do Capão da Imbuia, localizado no bairro Capão da Imbuia. Atualmente, esse museu conta com aproximadamente 400 mil exsicatas (são partes de plantas desidratadas, formadas por elementos característicos e necessários para a classificação das espécies, tais como galhos, folhas, flores e frutos). Este é considerado um dos maiores acervos botânicos do mundo.
Mesmo após sua morte em 2013, seu trabalho continua a produzir importantes descobertas e avanços no campo da botânica. Como exemplo, espécies vegetais que foram reconhecidas e descritas 50 anos depois de terem sido coletadas pela primeira vez por Gerdt Guenther Hatschbach.
Nossos sinceros agradecimentos pela contribuição científica desse grande pesquisador!
* Colaboração da Bióloga Dr.ª Luciene Ribeiro (CRBio 33.406/07-D), conselheira do Conselho Regional de Biologia da 7ª Região – CRBio-07
Quem foi Gerdt Guenther Hatschbach?
Cyntia Wachowicz, agrônoma com mestrado em Biologia Vegetal, publicou no site Turistória uma pesquisa na qual conta mais sobre a história de Gerdt e sua importância para a botânica.
Em seu relato, mostra que a paixão de Gerdt pela botânica começou logo na infância, em escaladas e trilhas com a família, coletando insetos e orquídeas. Em 1941, com 18 anos, foi nomeado auxiliar voluntário da Seção de Zoologia do Museu Paranaense. Percebeu que, para entender melhor por onde andavam seus insetos, ele precisaria conhecer as plantas, e foi então que começou seu herbário particular, buscando orientação de grandes mestres no Instituto de Botânica de São Paulo e no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Em 2023, a equipe do Turistória entrevistou pessoas que trabalharam com Gerdt Hatschbach em suas viagens de campo ou no herbário. O resultado dessas entrevistas e de muita pesquisa será publicado em breve em um livro.
O texto completo, incluindo fotos da trajetória de Gerdt, está disponível aqui.