Vida marinha é gravada durante trabalhos de campo dos pesquisadores do Rebimar e imagens estarão disponíveis para visualização em exposições itinerantes e trailer que visitará escolas
Uma câmera é mergulhada pela equipe do Rebimar a distâncias que variam de 18 a 28 metros de profundidade. Com rotação da lente em 360º, as imagens permitem ver o fundo do mar em todos os lados e direções.
As gravações no litoral do Paraná são resultado do trabalho de filmagem das saídas de campo de pesquisadores do Rebimar, como oceanógrafos e biólogos. Nos laboratórios, as imagens de alta qualidade são uma ótima ferramenta para os cientistas, afirma o Biólogo do Rebimar, Rafael Metri (CRBio 66.830/07-D). “Quando estamos estudando espécies em campo é sempre bom termos uma boa descrição desses ecossistemas, a ocorrência das espécies e a sua distribuição naquele ambiente. No Rebimar, as imagens nos ajudam mesmo depois do mergulho”.
O programa, que é patrocinado pela Petrobras e o Governo Federal, pretende levar as imagens para além dos laboratórios, para que estudantes e a população geral tenham acesso ao mundo marinho. Uma estrutura de uso de óculos de realidade virtual está disponível no trailer Rebimar, que visitará escolas.
Com os óculos será possível ter uma experiência de imersão no ambiente único, com registros feitos no Parque dos Meros, manguezal de Superagui, Ilha do Castilho e Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais, além das duas balsas do Paraná, que ficam a 45 quilômetros à leste de Pontal do Paraná para dentro do oceano.
Segundo Marjorie Ramos, técnica do Rebimar, o projeto é mais uma iniciativa de educação ambiental. “Existem imagens subaquáticas de várias partes do mundo disponíveis online. Mas cada região oceânica é diferente, a fauna e flora, a coloração da água. Agora dá para saber como é a vida marinha do litoral do Paraná”, conta Ramos.
De frente para a lente
Os registros são pouco familiares aos olhos de quem não mergulha com a frequência dos pesquisadores. Cardumes de diferentes peixes, raias, recifes de corais e algas são algumas espécies da biodiversidade marinha que são registradas pelas câmeras.
Um dos mais exibidos é o peixe-mero, conhecido como “rei-das-pedras”, por ser grande e ter a coloração de uma rocha. Podendo chegar a 300 quilos e 3 metros de comprimento, a espécie é ameaçada de extinção. Os meros ficam à vontade em frente às lentes do Rebimar.
Filmagem 360º
A tecnologia ajuda a produzir imagens subaquáticas pela invenção de câmeras mais leves e resistentes à pressão da água. No entanto, não é tão simples filmar a quase 30 metros de profundidade, afirma o jornalista e responsável pela produção e tratamento das imagens, Gabriel Marchi.
“É preciso ter uma caixa-estanque robusta, mas que não atrapalhe a visão da câmera, já que nada se esconde de uma câmera 360º”, afirma Marchi. Ele explica que o grande objetivo do projeto é fazer com que o usuário dos óculos tenha a percepção de que é ele quem está no fundo do mar.
Para evitar o balanço das correntes marítimas, a câmera é amarrada a um peso de dois quilos. Assim, a pessoa é quem se movimenta e olha para a direção que quiser, e não a câmera. Segundo o mergulhador-cinegrafista, “esta é uma ótima oportunidade de usar as novas tecnologias para aproximar o fundo do oceano das pessoas”.
Escolas podem se inscrever neste formulário para receber a visita do Trailer Rebimar com a novidade.