O ICMBio lançou o Guia de Orientação para o Manejo de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais. A publicação foi produzida pelo Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC) com o apoio de técnicos que trabalham com a temática em diversas UCs. O guia pode ser acessado aqui. A essas espécies, que são introduzidas, em geral, por displicência do ser humano, é dado o nome de espécie exótica, pois não ocorrem nativamente naquele local. Quando elas se adaptam ao local e rapidamente se multiplicam, são consideradas invasoras.
A publicação traz o conjunto de aparatos legais como resoluções, portarias, instruções normativas, decretos, leis federais e até legislações internacionais sobre o tema. A seguir, o guia traz prevenção, detecção precoce e respostas rápidas para espécies exóticas e invasoras em UCs e por fim, um capítulo inteiro dedicado a espécies da flora e fauna com orientações de como identificar, meios de dispersão, o que fazer quando identificar as espécies na UC, métodos de controle e erradicação, além de sugestões de protocolos de monitoramento já existentes.
Segundo o Instituto, o Guia supre, em parte, uma demanda antiga quanto a orientações para o manejo de espécies exóticas invasoras em UC. O guia reúne orientações para prevenção, controle e monitoramento de espécies que já foram manejadas em UCs.
A expectativa é de que se aumente o número de iniciativas de manejo. O ICMBio explica que as orientações para prevenção, controle e monitoramento no guia contaram com experiências de gestores que vivenciaram dificuldades e problemas nessa execução, e, por conta disso, as ações são mais realistas, mas ressalta que cada estratégia deve ser avaliada de acordo com a situação local.
Estudos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontam que 48% das UCs federais possuem alguma espécie da fauna exótica. Atualmente, há 164 espécies exóticas invasoras em 158 UCs federais, sendo as mais invadidas as do bioma Mata Atlântica e Cerrado. São animais como cães, gatos, roedores, javalis, búfalos e peixe-leão e certos tipos de plantas herbáceas, bambus, gramíneas e palmeiras, que podem trazer um grande desequilíbrio ambiental em áreas criadas para a proteção da fauna e flora nativos.
De forma geral, javali, coral-sol e gramíneas são os grupos mais manejados em UC federais. Por exemplo, o controle do coral-sol é sistemático e vem ocorrendo há anos, na Rebio do Arvoredo, Esec Tamoios e NGI Alcatrazes. O manejo de javali vem ocorrendo em UC desde o RS até GO, utilizando armadilhas ou apoio de controladores externos.