Herbário INCT compartilha informação gratuita para a população

26 de fevereiro de 2019

Funcionando como um grande glossário e banco de informações em biodiversidade, os herbários são importantes fontes de pesquisa de diferentes espécies. Em atividade há dez anos, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Herbário Virtual da Flora e dos Fungos se destaca por ser considerado um dos maiores bancos de dados abertos sobre plantas e fungos do mundo.

Com sede na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o INCT se diferencia por ter gestão descentralizada, com pesquisadores de diversas instituições do país e reunir os dados de vários herbários do Brasil, além de uma rede de mais de 130 órgãos nacionais e mundiais. De acordo com a coordenadora do comitê gestor, a Bióloga Leonor Costa Maia (02.962/05-D), mais de 45 mil espécies foram identificadas ou confirmadas pelos diversos herbários que compõem a rede. São quase 6 milhões de registros de plantas e fungos arquivados pelos profissionais.

Outro importante diferencial do INCT é que os registros estão à disposição da população e de pesquisadores de maneira livre e gratuita tanto presencialmente quanto de forma online, podendo ser acessados de qualquer lugar do mundo, por meio do Herbário Virtual. Essa plataforma é considerada por Leonor como sendo uma das maiores contribuições do instituto para a sociedade.

“É uma iniciativa pioneira que vem apoiando as coleções biológicas, especialmente no que diz respeito à conservação, organização, qualificação e divulgação dos acervos de herbários. Dessa rede, participam cerca de 100 herbários do país e mais de 20 do exterior. São mais de 1,5 milhão de imagens de plantas, fungos e algas. Outra importante contribuição do INCT-Herbário Virtual é referente à formação de recursos humanos, com a participação, no projeto, de técnicos e estudantes de graduação e pós-graduação que se especializam principalmente em curadoria de coleções científicas, taxonomia e sistemática de plantas, fungos e algas”, detalha Leonor Costa Maia.

Como são arquivados

Os materiais que compõem o herbário e suas coleções podem ser criados a partir da coleta de plantas, fungos e algas, em diversos ambientes. Depois, o material coletado é seco em estufa, arrumado em envelopes, ou caixas apropriadas, e catalogado, recebendo um número de registro que o identifica na coleção. Esses materiais, chamados de exsicatas, são guardados em armários, em sala climatizada, e com acesso restrito, de modo a garantir a manutenção de cada exemplar herborizado. 

Cada herbário tem uma sigla que é registrada em um índice internacional, o Index Herbariorum. Por exemplo, o Herbário Geraldo Mariz, da Universidade Federal de Pernambuco é conhecido como UFP e o Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo como SP. As informações referentes à coleta de cada material, tais como local de coleta com coordenadas geográficas, dia, mês e ano da coleta, nome do coletor, nome do identificador da planta ou fungo, nome da espécie, são colocados em um banco de dados. Essas informações são transmitidas para uma central e depois disponibilizadas online, por meio de uma plataforma denominada speciesLink, de forma livre e aberta.

Cada acervo tem um curador, que é o responsável pela coleção. A coordenadora detalha que, em geral, é um professor ou pesquisador especialista em taxonomia de plantas, fungos ou algas, que é auxiliado por técnicos e, em muitos casos por bolsistas. São centenas de profissionais envolvidos para disponibilizar dados sobre a flora e micota brasileiras, de maneira livre e aberta na rede.

Curiosidade

Mais de 530 milhões de registros de plantas e fungos foram acessados e utilizados em 2017, gerando uma média de 1,5 milhão de registros buscados por dia.

Veja mais

As consultas ao Herbário Virtual podem ser feitas pelo endereço: http://inct.florabrasil.net/.

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Sala de exposição do INCT- Herbário Virtual, instalada na UFPE

Crédito: Divulgação