Epidemia da dengue: Bióloga alerta para proliferação do mosquito

2 de março de 2022


O Paraná segue em epidemia de dengue, e nesta época do ano alguns fatores, como as chuvas mais frequentes e o calor intenso, são propícios para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado em 22 de fevereiro traz o panorama de casos registrados desde o dia 1º de agosto do ano passado: foram 21.066 notificações, 1.110 casos confirmados, 839 casos autóctones (7,34 a cada 100 mil habitantes), 30 casos severos e nenhum óbito. Em relação ao informe anterior, divulgado em 15 de fevereiro, houve um aumento de 159 casos confirmados (16,72%).

Somente na capital, no mês de janeiro os Agentes de Combate às Endemias identificaram 90 focos positivos do mosquito, um número três vezes maior do que no ano passado, quando foram identificados 26 focos no mesmo mês. Tatiana Robaina (CRBio 34.142/07-D), Bióloga da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, aponta que além do calor e das chuvas outro fator favoreceu o aumento dos casos no ano passado e início deste ano: “Com a crise hídrica, a população passou a acumular água da chuva. As pessoas passaram a ter tambores, caixas d’água extras e baldes onde reservavam água para uso doméstico. Esse armazenamento acabou favorecendo a proliferação do mosquito”.

A pandemia de covid-19 é outro fator que prejudicou o combate à epidemia de dengue. “Nos últimos dois anos tivemos mais dificuldade de acesso às residências. As pessoas estavam fechadas em casa, não deixando os agentes entrarem, o que dificultou o monitoramento”, explica a Bióloga.

Tatiana ressalta que é muito difícil fazer o controle de uma endemia: “Há vários fatores ambientais, como os climáticos, que não conseguimos controlar, e isso favorece a proliferação não só do Aedes aegypti como de outros animais que precisam do calor e da chuva”. Ainda segundo ela, o aumento do volume de resíduos gerados por atividades da indústria e comércio, como recipientes e material plástico, também é propício para a disseminação. Além disso, a velocidade de movimentação urbana das populações e de cargas de materiais favorece o deslocamento do inseto para diferentes lugares.

Medidas de prevenção

Para conter a disseminação da doença, Tatiana Robaina orienta que a população monitore o quintal ao menos uma vez por semana, elimine qualquer coleção hídrica que possa ter no local e, se houver necessidade de armazenar água, que o faça de forma consciente, mantendo os recipientes fechados e higienizados para que o mosquito não prolifere nesses espaços.

O site dengue.pr.gov.br lista outras medidas essenciais para conter a proliferação das larvas:

• Não deixe água parada. Destrua os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve;
• Mantenha as lixeiras tampadas e protegidas da chuva;
• Os potes com água para animais devem ser muito bem lavados com água e sabão no mínimo duas vezes por semana;
• Lave o suporte de garrafão de água mineral sempre quando fizer a troca. Mantenha vedado quando não estiver em uso;
• Mantenha os vasos de plantas limpos e coloque areia até a borda;
• Atrás da geladeira existe um coletor de água. Lave-o uma vez por semana, assim como as bandejas do ar-condicionado;
• Tampe os ralos com telas ou mantenha-os vedados;
• Não deixe água acumular nas lajes. Mantenha-as sempre secas;
• Evite ter bromélias e outras plantas que acumulam água, ou retire semanalmente a água das folhas;
• Guarde baldes e vasos de plantas em local coberto, com a boca para baixo;
• As garrafas devem ser embaladas e descartadas na lixeira. Se guardadas, devem estar em local coberto ou de boca para baixo;
• Mantenha a piscina sempre limpa, mesmo sem uso. Use cloro para tratar a água e filtre periodicamente;
• Limpe e nivele as calhas. Mantenha-as sempre sem folhas e materiais que possam impedir a passagem da água;
• Mantenha caixas d’água, cisternas e poços fechados e vedados. Tampe com tela aqueles que não têm tampa própria;
• Entulho e lixo devem ser descartados corretamente. Guarde os pneus em local coberto ou faça furos para não acumular água;
• Coloque objetos que acumulam água num saco plástico, feche bem e jogue no lixo: tampinha de garrafa, casca de ovos, copos descartáveis e outros;
• Permita sempre o acesso do agente de controle de zoonoses em sua residência ou estabelecimento comercial.

>> Para mais informações sobre a dengue no Paraná acesse dengue.pr.gov.br