O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, produzido em colaboração entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indica que o desflorestamento no período 2022-2023 caiu 27% em comparação com o período anterior (2021-2022), confirmando uma tendência de queda na taxa de desmatamento no bioma nos últimos anos.
No entanto, o desflorestamento ainda é grande, sobretudo em áreas de transição ou cercadas por outros biomas, como Cerrado e Caatinga.
A 19ª edição, lançada em maio deste ano, mostra que a área desmatada no período foi de 14.697 hectares (cada hectare equivale à área média de um campo de futebol), o que corresponde à perda de 40 hectares de matas maduras por dia e à emissão de 7,032 milhões de toneladas de CO₂ equivalente na atmosfera.
Esse valor é 26,8% menor que no período 2021-2022 (20.075 ha), mas ainda é 29% maior que o menor valor observado na série histórica desde 1985 (11.399 ha no período 2017-2018).
A queda interrompe um período de dois anos de perdas acima dos 20 mil hectares, embora o número ainda esteja acima dos valores de 2018 a 2020. É um valor alto, considerando-se que se trata dos 12,4% de matas maduras da Mata Atlântica, onde estão os maiores remanescentes, mais bem conservados, com maior estoque de carbono e maior biodiversidade.
O relatório anual é uma referência no conhecimento sobre o desmatamento da Mata Atlântica e tem contribuído ao longo de suas edições na identificação das regiões mais críticas – mais devastadas e mais ameaçadas –, à pesquisa e ao conhecimento, bem como para a atuação dos órgãos ambientais e Ministérios Públicos dos 17 estados abrangidos pelo bioma.
Para obter os dados completos e saber em quais estados houve aumento ou redução do desflorestamento acesse sosma.org.br/iniciativas/atlas-da-mata-atlantica