Biólogos do Paraná encaram os desafios da gestão no Setor Público

17 de janeiro de 2020

* Matéria publicada na edição nº 41 da Revista BIOPARANÁ. Confira a edição completa aqui.

Orientar, dirigir, assessorar e prestar consultoria a empresas, fundações, sociedades e associações de classe, entidades autárquicas, privadas ou do poder público. Estas são algumas das atribuições do Biólogo, estabelecidas pela Lei nº 6.684, que regulamenta a profissão, e pelas Resoluções do CFBio nº 10/2003 e 227/2010.

No Paraná, Biólogos têm assumido os desafios da gestão no Setor Público e, a partir de suas competências e habilidades, buscam fortalecer as instituições que dirigem. Como consequência, asseguram que os recursos públicos sejam devidamente aplicados em benefício de toda a sociedade.

Jorge Augusto Callado Afonso (CRBio 8.085/07-D) é presidente do Conselho Regional de Biologia da 7ª Região – CRBio-07, e tem sua carreira profissional consolidada na gestão de órgãos públicos, tendo sido diretor de Saneamento Ambiental do Instituto das Águas Paraná, secretário de estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, superintendente do Ibama no Paraná, assessor técnico do BRDE – Área ambiental, assessor da Diretoria da Itaipu Binacional e diretor Superintendente da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI). Atualmente, é presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar. Para ele, por ter uma formação sistêmica, transversal e multidisciplinar o Biólogo traz esses princípios para a gestão das instituições. “Sob coordenação do Biólogo a gestão torna-se mais dinâmica, pragmática e com resultados mais eficientes. Isto porque essa visão geral, proporcionada pela formação, evita que ele fique focado apenas em alguns pontos, mas permite que tenha a visão do todo com suas inter-relações”, destaca.

“A maior contribuição que um Biólogo pode trazer é a aplicação prática de todo seu conhecimento técnico adquirido, especialmente para o desenvolvimento e execução de políticas públicas que estabeleçam diretrizes e princípios norteadores das ações de gestão de fauna do Estado.” Esta afirmação é da Bióloga Gisley Paula Vidolin (CRBio 25.256/07-D), coordenadora do Departamento de Licenciamento de Fauna (DLF), da Diretoria de Avaliação de Impactos Ambientais e Licenciamentos Especiais (DIALE) do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Dentre as atividades que ela coordena estão o licenciamento, o monitoramento e a fiscalização de empreendimentos que manejam fauna nativa e exótica e avaliação e a emissão de autorização para levantamento, monitoramento, salvamento e resgate de fauna em áreas de influência de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos à fauna. “O maior desafio das ações de proteção e conservação da fauna nativa está no fato de que uma parcela considerável da sociedade não reconhece, de forma condigna, a magnitude do valor ecológico e científico da nossa fauna, que por conta disso é simplesmente negligenciada. É necessária, urgentemente, a implantação de uma política pública de gestão dos recursos naturais onde a fauna silvestre nativa receba o destaque e o cuidado merecidos”, enfatiza a Bióloga.

O Biólogo Edson Tadeu Iede (CRBio 28.758/07-D), tem um duplo desafio de gestão, sendo Conselheiro Federal e Diretor Financeiro do CFBio e, também, Chefe Geral da Embrapa Florestas, uma das 42 Unidades Descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. Uma das atribuições da empresa é articular junto ao setor florestal as pesquisas que visam atender tanto o setor produtivo de florestas plantadas quanto a conservação e preservação das florestas nativas no Brasil, visando sempre a sustentabilidade desse segmento.

Para Iede, é fundamental que os profissionais busquem seu espaço na sociedade. “Às vezes o Biólogo se coloca numa situação de menor importância em relação a outras áreas. Entretanto, nossa formação acadêmica é ampla e diferenciada, oferecendo uma gama de conhecimentos que podem contribuir nos vários campos de atuação da Biologia, seja na área de saúde, meio ambiente, biotecnologia e produção”, enfatiza.

A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba – Comec tem como diretor geral o Biólogo Raphael Rolim de Moura (CRBio 66.032/07-D). Dentre suas atribuições está o gerenciamento das diretorias técnica, administrativa/financeira e de transportes. Sob sua gestão, a Comec terá pela frente o desafio de implementar o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana de Curitiba.

Raphael também ocupou a Superintendência de Controle Ambiental na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba, e interinamente o cargo de Secretário Municipal dessa pasta. Em Paranaguá, além de ter sido Secretário Municipal do Meio Ambiente ocupou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Urbanismo e Meio Ambiente. Ele ressalta que o Biólogo tem a visão da gestão ambiental e das cidades como um todo. “Conseguimos debater ao mesmo tempo as interações ambientais, sociais e econômicas que a sustentabilidade nos traz de desafio. Entendendo o meio ambiente conseguimos integrar outras áreas na gestão visando um resultado aonde todos participam para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, diz Raphael.

Desafios do Biólogo na gestão do Setor Público

“Além do desafio de tornar a instituição sustentável, em todos os seus aspectos – incluindo questões econômicas, sociais, ambientais e tecnológicas – também temos a gestão das equipes e a busca de recursos, de uma forma que o resultado seja positivo e mantenha a instituição competitiva, de vanguarda e inovadora, sempre trazendo bons resultados para a sociedade.”

Jorge Augusto Callado Afonso (CRBio 08.085/07-D)
Presidente do Conselho Regional de Biologia da 7ª Região – CRBio-07 / Presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar

“A expertise do Biólogo no trato das questões relacionadas aos aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais é fundamental para o planejamento e estabelecimento de ações práticas, exequíveis e eficazes ao manejo de fauna ex situ e in situ.”

Gisley Paula Vidolin (CRBio 66.032/07-D)
Coordenadora do Departamento de Licenciamento de Fauna (DLF), da Diretoria de Avaliação de Impactos Ambientais e Licenciamentos Especiais (DIALE) do Instituto Ambiental do Paraná (IAP)

“Nosso grande desafio é desenvolver tecnologias, produtos e processos que atendam as demandas do setor florestal e por consequência da sociedade brasileira, garantindo uma produção florestal sustentável, nos seus três pilares: econômico, ambiental e social.”

Edson Tadeu Iede (CRBio 028758/07-D)
Chefe Geral da Embrapa Florestas / Diretor Financeiro do CFBio

“O grande desafio é conciliar o desenvolvimento e o meio ambiente na gestão pública. As pessoas precisam de lugares adequados para morar e trabalhar, ao mesmo tempo em que precisam de um meio ambiente equilibrado para terem qualidade de vida. Nós Biólogos devemos trabalhar com a gestão participativa, em que todos participem da construção das cidades com os pés no presente, mas com o olhar no futuro.”

Raphael Rolim de Moura (CRBio 66.032/07-D)
Diretor Geral da Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba